sábado, 7 de fevereiro de 2009

Pandæmonium



De quem são as impressões digitais na minh’alma?
Quem é que cerra o açamo?
De quem são os reversos da luz?
E de quem são os reversos da sombra?

Vamos tauxiar o coração a ferro ou fazer de conta que ele é um cubo de Rubik que não encaixa nas cores certas?
Pinta a branco preto,
Brinca à não-pessoa,
Falamos na linguagem dos decibéis,
Copiamo-nos um ao outro,
Medimo-nos às candelas
Vamos ser antes a cópia 0.
Os halos,
Os fantasmas,
A emenda.
O espelho dicróico que vai nos confunde as cores,
A árvore cem-raízes ,
A legenda,
O água-pé de um qualquer godo,
As marcas de inversão,
Aquele permanente ruído de fundo,
Um espectro ultravioleta,
Um denunciador.

Vamos juntar todos os axiomas e quebra-cabeças,
Todos os mandamentos e sacrilégios,
Perceberemos qual a sua madre?

Conseguiremos criar uma rosa sem espinhos?

Fechamo-nos em casulos de ouro fingido ou alvéolos amarelos e brilhantes?
Deixamos o destino ao acaso ou seguimo-lo pelo lado errado?
Polarizamos a ânsia ou o tédio?
Voamos até ao Monte Gargano,
Ou ao Tártaro?
Vamos fazer uma inversão na existência,
Seguir umas quaisquer luzes nortenhas,
Cria de semente e Fénix,
Evaporar para pertencer ao mundo inteiro,
Simular uma melhor realidade,
Infantilizar de novo,
Criar um caminho de asas e elevá-lo aos sete céus.
Vamos tresmalhar, dispersar…
Morrer em amadorismo,
Estudar novamente a mateologia,
Assistir a uma qualquer lesa-majestade,
Uma Sedição de anjos,
Vamos tergiversar ,
Vitralizar todas as paixões,
Dar espadas a homens de gengibre,
Escalavrar mais buracos no vazio,
Fazer da ideia uma intenção,
Decimar as amizades.
Vamos ser gestantes,
Inversores,
Pontos sem retorno…

Vamos abjurar os erros
E exigir a ablução
Viver no momento, no instante.
Colar as memórias todas num grande caixilho,
Relevar as mais importantes.
Viver em xamanismo,
O que é adquirido facilmente perde-se facilmente.

Estorninhos sem rumo,
Voando em mil e uma direcções.
Manás em forma de chuva
Que nos desembaraçam as almas.

Agnosia,
Gentios,
Qual é a proposição indiscutível?
Falar em icto,
Somos todos feitos de mentes espasmódicas…

Periga de propósito,
Faz do tempo maior lucro.
listenning to: Goblin's Dance- Ensiferum

2 comentários:

Bruno Pereira disse...

haja inspiração. muito bom :)

Anónimo disse...

Com saudade que, de novo vim espreitar o teu blog e com satisfação, vejo que continuaste o caminho das palavras com sucesso.
Keep it on ^^

bj