sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Coração de Corda


Canta na negrura das horas que envolvem o véu do sonhar,
Como cordas de violino que deslizassem sob os meus dedos,
Compondo sinfonias de dolorida lamentação.
Canta, negro coração, na melodia da eternidade,
Do tempo que quase parece consumir os teus sentidos
No debater sangrado de um pulsar de debilidades
Encarceradas no místico silêncio dos tempos mortos
Do quase divino clamor no contraponto da tua composição.

Canta, como se a suave pressão dos dedos
Estrangulasse as cordas da tua respiração,
E sussurra ao início dos tempos o eco da tua melodia
Aprisionada em sepulcro de gemidos sufocados,
Mas divinizada em sacrário de infinita exaltação.

Canta, coração de corda, destruído e esfrangalhado.
A tua memória não morrerá em vão.

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